sábado, 28 de março de 2020

Leitura Já! Os Doze Trabalhos de Hércules - volume 1 (Monteiro Lobato)

SEMANA 13 – Os Doze Trabalhos de Hércules – volume 1 (Monteiro Lobato)

Arquivo pessoal

Publicado em 1944, em dois volumes, a obra narra as aventuras de Pedrinho, Visconde e Emília na Grécia Antiga acompanhando Héracles em seus doze trabalhos. Héracles é o nome grego do herói, mas é mais conhecido pelo nome romano Hércules.
Os trabalhos de Hércules foram impostos pelo rei Euristeu de Micenas, sob influência da deusa Hera, que desde que o herói nasceu, ela o persegue, considerando que ele é filho de Zeus, seu marido, com uma mortal.
O primeiro volume trata da viagem dos três picapaus, Pedrinho, Visconde e Emília, para a Grécia Antiga por meio do pó de pirlimpimpim e dos seis primeiros trabalhos. Dois itens a serem observados: Narizinho ficou no sítio com dona Benta que sofria de reumatismo e o pó de pirlimpimpim era cheirado, ao contrários das versões da TV em que era jogado sobre a cabeça (e na versão mais antiga era uma palavra mágica), fazendo com que se adormecesse e acordasse no local e época de destino.
Os picapaus aparecem na Nemeia, no momento em que Hércules está lutando contra o leão, que consegue vencê-la com a ajuda da boneca que gritou para ele apertar o pescoço do animal. No caso da Hidra de Lerna, o monstro de nove cabeças, eles não acompanham o herói, pois já viram a realização desse trabalho na viagem que eles fizeram para a Grécia, contada no livro O Minotauro.
Os trabalhos seguintes são captura e levar para o rei Euristeu a corça dos chifres de ouro e pés de bronze protegida da deusa Ártemis, matar o javali de Erimanto, limpar as cavalariças do rei Áugias, destruir as aves com penas de bronze do lago Estinfale.
No decorrer da história desse primeiro volume, são apresentados outros mitos gregos, como o de Perseu e Medusa, da Fênix, do deus Pã, de Jasão e os argonautas em busca do velocino de ouro, do deus da medicina Asclépio, de deus do vinho Dionísio e de Atlas, o titã condenado por Zeus a sustentar o peso dos céus nos ombros.

NOTA: Na próxima publicação, tratarei no segundo volume do referido livro.

Enfim, é a minha indicação dessa semana, principalmente para quem gosta de mitologia grega.

Boa leitura mitológica!

sábado, 21 de março de 2020

Leitura Já! Histórias do Mundo Para Crianças (Monteiro Lobato)


SEMANA 12 – Histórias do Mundo Para Crianças (Monteiro Lobato)

Acervo pessoal

Publicado em 1933, a obra é uma adaptação do livro Child’s History of the World, de Virgil M. Hillyer, publicado em 1924 nos Estados Unidos. Na história, dona Benta recebe o livro pelo correio e depois de analisá-lo, resolveu lê-lo para a turminha.
Vou adiantando que esse livro rendeu a Lobato censura e perseguição por parte da Igreja e do governo brasileiro, sob a justificativa de ser um livro perigoso para ser lido por crianças.
A história começa contando a origem do mundo de acordo com a visão da ciência, esquecendo a visão religiosa. Depois segue para os habitantes das cavernas, passando pela descoberta do fogo, que permitiu ao homem produzir várias outras coisas.
Passando pelos hieróglifos, pelas pirâmides e pelos deuses egípcios, dona Benta fala dos babilônios, dos assírios e dos hebreus, contando a história de Moisés. Sobre esse último caso, Pedrinho questiona se Moisés realmente recebeu a Tábua dos Dez Mandamentos de Deus, dona Benta responde que “se ele não afirmasse ter recebido a Lei das mãos de Deus, ninguém lhe daria importância”. Talvez esse seria um dos trechos que provocou a perseguição da Igreja.
Na sequência, Benta fala dos deuses gregos, a causa da guerra de Troia, os fenícios e a invenção do alfabeto. Sobre Roma, o livro apresenta a origem da cidade de acordo com a lenda dos irmãos Rômulo e Remo e a loba. A seguir, passa pelo império de Alexandre, Júlio César, Cleópatra, Nero e Constantino, incluindo a perseguição dos cristãos e ascensão do Cristianismo, além de apresentar os povos bárbaros e os deuses nórdicos e os povos árabes.
Observando que a obra é destinada ao público infantil, sendo de caráter educativo tratando de fatos históricos, ao contrário dos livros infantis de hoje que apresentam, geralmente, histórias fantásticas e textos curtos.
Voltando, o livro, do meu ponto de vista, faz uma crítica quando coloca que a Europa inteira acreditava que o mundo ia acabar no ano 1000 devido a uma frase da Bíblia, e no contexto do livro, já havia passado 933 anos e nada de fim do mundo.
Na sequência, fala do período da cavalaria, das cruzadas, surgimento da imprensa, da descoberta da América, da encrenca de Martinho Lutero com a Igreja, da Revolução Francesa, da Primeira Guerra Mundial.

Os capítulos finais falam da Segunda Guerra Mundial, mas me surgiu uma curiosidade: o livro de Hillyer foi publicado em 1924 e o de Lobato em 1933, considerando que a Segunda Guerra aconteceu entre 1939 e 1945, como Lobato poderia ter falando dela alguns anos antes?
 Bem, tentei localizar o sumário da primeira edição, pois a que tenho é a 38ª edição de 1994. Não consegui encontrá-la, mas li na descrição do livro em determinada livraria virtual que o texto passou por revisões e Lobato acrescentou novos acontecimentos, como a Segunda Guerra Mundial e a bomba de Hiroshima.

Enfim, é a minha indicação dessa semana.

Boa leitura!

sexta-feira, 20 de março de 2020

Minha relação com Atena (Evaí Oliveira)


MINHA RELAÇÃO COM ATENA
por Evaí Oliveira
 
Estava aqui analisando e percebi que tenho alguns aspectos relacionados à deusa grega Palas Atena.
Meu sobrenome “Oliveira” é o nome da planta que Atena fez surgir e que lhe rendeu o título de patrona da cidade de Atenas, quando a deusa mais elegante do Monte Olimpo venceu a competição com Posseidon.

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Atena, a deusa da sabedoria, disputou com seu tio Posseidon, o deus do mar, o padroado de uma cidade, sendo o vencedor o concorrente que desse o melhor presente à cidade. Posseidon usou seu tridente e fez jorrar água do mar e fez aparecer um cavalo.
Palas Atena domesticou o cavalo e fez surgir uma oliveira, que deu frutos, as azeitonas, óleo e madeira. Com isso, a deusa ganhou o concurso e a cidade recebeu o seu nome: Atenas.
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Como sou formado em Letras, tenho simpatia pela coruja, que é o símbolo do referido curso. A coruja é mascote de Atena, por isso, também é considerada símbolo da sabedoria.
Então, sobrenome, animal, símbolo do curso e simpatia pela deusa...
Sem falar que gosto muito da mitologia/cultura grega.
Será que vivi na Grécia em uma vida passada? Será que ajudei Péricles e Fídias na construção do Partenon? (Nunca saberemos.)

CORUJA
Imagem do Google

A coruja é o símbolo do curso de Letras, da deusa Atena e da sabedoria (visto que Atena é a deusa da sabedoria).
Aqui no interior da Bahia, a coruja é conhecida também como caburé. Mas eu prefiro chamar de coruja.
Uma curiosidade: o nome científico da coruja-buraqueira é Athene cunicularia.

OLIVEIRA
Imagem do Google

Essa é a oliveira. Nunca tinha visto nem em foto. Parece uma cajazeira.
A propósito, se a oliveira produz azeitona, por que não se chama “azeitoneira”?
Ah, sim... A azeitona também é chamada de oliva. Agora está explicado. Segue a foto.

AZEITONA
Imagem do Google

Já experimentei uma que veio na pizza. O gosto é horrível.
Mas é um ótimo sobrenome.

E por fim ela...
A filha de Zeus
A que protege Héracles
A que vive se esgalfinhando com Hera (esposa de Zeus, deusa do casamento e rainha do Olimpo)
A que transformou Medusa naquele monstro por ciúmes (desnecessária essa informação)
A que nasceu da cabeça de Zeus (Zeus devorou a mãe dela quando estava grávida, depois sentiu dores de cabeça e mandou Hefesto abri-la com um machado e saiu Atena já pronta para uma batalha, com armadura e tudo)
A patrona da cidade de Atenas (venceu Posseidon na disputa)
A deusa mais elegante do Monte Olimpo (as outras deusas que me desculpem, principalmente Afrodite – deusa da beleza – e Hera – a vingativa ciumenta

A deusa da sabedoria

Com vocês, Palas Atena!

Imagem do Google



sábado, 14 de março de 2020

Leitura Já! Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto)

SEMANA 11 – Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto)

Arquivo pessoal

Publicado em 1915, o romance do escritor pré-modernista Lima Barreto conta a história de Policarpo Quaresma, um funcionário público extremamente patriota. De acordo com dicionário Priberam da Língua Portuguesa, patriota é alguém que tem amor à pátria e a deseja servir.
Policarpo Quaresma, com todo o seu nacionalismo, propõe ao governo que reconheça a língua tupi como língua nacional, além de afirmar que os verdadeiros brasileiros são os indígenas, pois já habitavam Pindorama, chamada de Ilha de Vera Cruz pelos saqueadores, quero dizer pelos colonizadores, que aqui chegaram por acaso (não é piada).
Em determinado momento, Policarpo recebe a visita de seu compadre. Ao abrir a porta, começou a chorar fazendo uma cena aparentemente de desespero, pouco tempo depois, parou e disse que era daquela forma que os tupinambás se cumprimentavam. No decorrer da obra, são apresentadas outras cenas em que Policarpo defende por serem nativas dos indígenas e que foram substituídas pelos costumes estrangeiros. (Citei apenas essa cena, para o texto não ficar longo)
Esse fato lhe causou a internação em um hospital psiquiátrico, sendo considerado louco. Nesse período, ele só foi visitado por Olga e Ricardo, que acreditavam nas suas ideias. Quando saiu do hospital, foi morar em um sítio, isolado da sociedade, passando a se ocupar com a agricultura.
Algum tempo depois, Policarpo apoio o governo do Marechal Floriano Peixoto, foi incorporado a um batalhão para lutar Revolta Armada. Ao ver o tratamento dados aos prisioneiros, escreve uma carta para o marechal Floriano denunciado a situação de escolha para execução, o que resultou em sua prisão acusado de traição, bem como condenação ao fuzilamento.

Esse livro nos faz refletir sobre até que ponto se pode considerar patriota, como diz  a definição, esse termo se refere ao amor à nação, o que não se deve confundir com louvar uma exclusiva seleção esportiva como se fosse o único esporte praticado com Brasil e se preocupar apenas com uma bandeira e um hino.
Enquanto o país declina em quase todos os sentidos, seus representantes e pessoas que se dizem patriotas valorizam países e bandeiras estrangeiras e esquecem de tentar resolver os problemas de sua nação se sustentando em discursos nacionalistas com o mínimo de ação prática. Vale ressaltar que o faz de conta só funciona no mundo da literatura, na vida real dizer “faz de conta que o país não tem problemas” não funciona.

Enfim, é a minha indicação dessa semana.

Boa leitura!