sábado, 20 de junho de 2020

Leitura Já! Bazar do Folclore (Ricardo Azevedo)

SEMANA 25 – Bazar do Folclore (Ricardo Azevedo)

Arquivo pessoal

Publicado em 2001, o livro Bazar do Folclore, de Ricardo Azevedo, faz parte da coleção Literatura em Minha Casa, sendo o volume 5, Tradições Populares.

A obra apresenta histórias folclóricas, falando do Saci, do Lobisomem, da Iara. Há versos populares, como o seguinte: “Um surdo disse que ouviu / Um pobre mudo dizer / Que um cego tinha visto / Um aleijado correr”.

A obra inclui a brincadeira com as palavras da língua do pê, que consiste em separar as sílabas das palavras e as repetir trocando cada consoante pela letra p. Como exemplo, a palavra “você” na língua do pê ficaria “vopocepê”. Estava lendo o Reinações de Narizinho e há uma cena em que a turminha se comunica pela língua do pê, considerando que é uma brincadeira popular entre as crianças.

Quem não gosta dos desafios dos trava-línguas? Vamos tentar um!

“Um sapo dentro do saco / O saco com um sapo dentro / O sapo batendo papo / O papo cheio de vento”

Dentre as receitas culinárias, estão o quindim, a cocadinha, o bolinho de chuva e as expressões populares contam com a conversa mole para boi dormir e a famosa dor de cotovelo.

Outros capítulos da obra tratam das adivinhações rimadas, ditados populares, ou provérbios, como “Coice de égua não faz mal a cavalo” e “Para baixo todo santo ajuda”.

É um ótimo livro para se ter acesso a alguns elementos da cultura popular.

Enfim, eis a minha indicação desta semana.

 

Boa leitura!

sábado, 13 de junho de 2020

Leitura Já! Folclore Vivo (Herberto Sales)

SEMANA 24 – Folclore Vivo (Herberto Sales)

Arquivo pessoal

O livro Folclore Vivo, do escritor Herberto Sales, é o volume 5 da coleção Literatura em Minha Casa, publicado pela editora Bertrand Brasil em 2002. Ele traz cinco histórias de seres do nosso folclore: lobisomem, curupira, boto, caapora e saci.

A história do lobisomem traz características populares do ser tais como o fato de um menino nascer depois de sete meninas ser o portador da maldição de virar o monstro. Na referida história, a mulher desejava muito ter um filho, depois de sete meninas que teve, resolveu ir consultar uma advinha que previu que o próximo filho seria menino, mas carregaria o fado de se transformar em monstro. Ela teve o filho desejado e...

A história dos curupiras apresenta uma espécie de assembleia dos referidos seres a fim de discutirem sobre uma possível declaração de guerra conta os caçadores que estavam invadindo a mata. Considerando que em algumas regiões do Brasil, curupira e caapora (ou caipora) são a mesma lenda, já em outras, curupira é masculino é caipora é feminino.

O boto da história é como o da lenda, o animal marinho que se transforma em homem para namorar as moças. Era uma justificativa para mulheres que engravidavam sem declarar a paternidade, um pouco parecido com a história da famosa cegonha.

Nesse livro, o conto do caapora o apresenta com um ser masculino, que aparece para um caçador. E, por fim, o conto do Saci narra a história de um menino que acorda com os cavalos se espantando e vê o negrinho de uma perna só aprontando com os animais.

Os relatos sobre esses seres folclóricos são muito populares no interior, onde muita gente mais velha afirma já ter se encontrado com algum deles, principalmente o lobisomem e a caipora, e nos contam histórias curiosas e interessantes, mas que as novas gerações acabam deixando de lado como as histórias de ninar do Boi da Cara Preta, do Bicho Papão e da Cuca, sob a justificativa de alguns de traumatizar as crianças com histórias “assustadoras”, estragando uma parte da sabedoria popular.

 

Boa leitura!

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Conto: A Vez da Senzala (Evaí Oliveira)

A VEZ DA SENZALA

Por Evaí Oliveira

IMPÉRIO DO BRASIL – 1860

A fazenda Albuquerque tinha o maior engenho de açúcar da região e contava com dezenas de negros vivendo nas piores condições possíveis e sendo castigados a torto e a direito para servir de exemplo para os outros desencaminhados.

Sinhá Domitila, a baronesa de Albuquerque, tentava defender os escravos quando o barão de Albuquerque impunha seus castigos severos, implorando ao marido piedade, o que nem sempre obtinha, mas conseguia abrandar as punições e assim passava uma imagem de compadecida, quando na verdade a baronesa só estava garantindo que os negros não se revoltassem contra seus senhores.

Uma das maldades do barão inclui o açoitamento da escrava Joaquina, posta no tronco depois de um dia e uma noite sem água e comida, e olhem que a negra custou caro, pois uma escrava como ela, de boa saúde, estava ficando difícil de encontrar, principalmente depois da lei que proibiu o tráfico de negros da África, deixando os senhores preocupados.

O motivo do castigo? O barão ordenou ao feitor que mandasse a negra ir sozinha lavar as roupas no riacho, depois saiu da casa grande dizendo à baronesa que iria ao canavial. Mas ele foi a outro canavial.  Lá no riacho, atacou a escrava querendo possuí-la. Não obteve sucesso na empreitava, levou um chute e enquanto se recuperava, a negra correu para a senzala para tentar se proteger.

Transtornado, o barão mandou seu feitor trancá-la na prisão da senzala sem água e sem comida e no dia seguinte logo cedo a queria ver no tronco. Esse ficava na frente da casa grande, de modo que quando um escravo era castigado, os senhores podiam contemplar das janelas, como fez o sinhozinho antes de seguir para a Capital no dia seguinte.

Fraca pela fome e pela sede, a pobre escrava não resistiu aos açoites e faleceu. Sinhá Domitila dessa vez não moveu uma palha para defender a negra, no fundo estava gostando do castigo, pois Joaquina tinha despertado desejo em seu marido e foi morta antes mesmo que a baronesa mandasse quebrar os dentes dela como tinha em pensamento.

Esses castigos horríveis despertavam revolta nos escravos, que cada vez mais tentavam fugir, alguns com sucesso. Mesmo havendo mistura de negros de diferentes áreas da África, eles se organizaram na calada da noite e fizeram uma coisa inédita.

Uma negra velha fez uma mistura com ervas e mandou uma das escravas da cozinha colocar na comida sem que ninguém da casa grande percebesse. O jantar foi servido e um tempo depois o barão e a baronesa, que estavam sozinhos em casa, começaram a passar mal. A mesma mistura foi colocada na comida do feitor e dos capatazes, que também sofreram do mesmo mal.

Foi dado o sinal de fraqueza da casa grande, era hora da senzala dar o troco. Enquanto as chamas consumiam o canavial, as palhas secas na senzala e na moenda facilitaram o alastramento do fogo. Debilitados, os capatazes puderam fazer pouca coisa, os que foram trancados na senzala morreram queimados, outros fugiram para mato, não tinham a quem pedir ajuda.

O barão foi açoitado na sala com o próprio chicote por um dos escravos mais surrados da fazenda. A baronesa foi empurrada da escada por uma negra que passou anos com uma mordaça na boca, a manda dela por conta de sua beleza. A negra retirou a mordaça e jogou em cima da sinhá estirada no chão.

Outros negros entraram pela porta da frente da casa com tochas nas mãos, atearam fogo nas cortinas, nos móveis, arrastaram o senhor para fora de casa e o amarraram no tronco, junto com o feitor. Depois de muitos açoites dados pelos revoltosos, suas vidas se foram. À frente deles, a casa grande ardia em chamas refletindo nos olhos dos escravos.

Todos fugiram para um quilombo na serra, de modo que quando os capatazes sobreviventes retornaram à fazenda com reforços, encontraram a senzala e a moenda no chão e a casa grande prestes a desmoronar. Agora era avisar ao senhorzinho e acionar os capitães do mato para caçar os fugitivos.



sábado, 6 de junho de 2020

Leitura Já! Quatro Mitos Brasileiros (Monica Stahel)


SEMANA 23 – Quatro Mitos Brasileiros (Monica Stahel)
Acervo pessoal


Quatro Mitos Brasileiros foi escrito por Monica Stahel e publicado em 2003. É o volume 5 (Tradição Popular) da coleção Literatura em Minha Casa. A obra conta quatro histórias populares: Mãe-d’água, Boitatá, Boto e Botija.

De acordo com as descrições do livro, a Mãe-d’água também é chamada de Iara, é a protetora das águas. Algumas lendas a apresentam como serpente, mas a mais conhecida é como forma de sereia, metade mulher e metade peixe.

O Boitatá é um dos protetores das matas e é descrito como uma cobra enorme que solta fogo pelos olhos. O Boto é apresentado como um rapaz que foi transformado no animal, que protege os navegadores. Já a botija é descrita como um pote de barro em que se colocavam dinheiro e escondiam sob a terra para proteger de roubos.

Nesse livro, cada capítulo é dividido em quatro partes: Eu vi relata uma história presenciada pelo escritor, Eu li apresenta a pesquisa sobre o mito, Eu Ouvi relata uma história que o autor ouviu e Será que deixa uma dúvida ou reflexão sobre a história relatada.

Boa leitura!