sábado, 25 de julho de 2020

Leitura Já! O Quinze (Rachel de Queiroz)

Semana 30 - O QUINZE (RACHEL DE QUEIROZ)

Arquivo pessoal

Publicado em 1930, obra é centrada na seca do ano de 1915, narrando as várias situações enfrentadas por retirantes do interior seguindo para os grandes centros urbanos em busca de melhores condições de vida, paralelamente com outras questões “típicas” de cidades interioranas.

Um dos elementos marcantes na história é a questão das famílias terem muitos filhos, mesmo sem as devidas condições econômicas necessárias para a criação. Devemos observar que na época do livro, não havia benefícios do governo para “estimular” as mulheres a terem filhos, como o Auxílio Nascimento e o Sacola Família, que atualmente são usados como motivo para a gravidez irresponsável e não planejada. Se analisarmos a geração dos nossos avós (isso no interior), as mulheres geralmente tinham em média mais de cinco filhos, algumas famílias ultrapassando dez crianças. A geração atual tem em média dois, três filhos. Particularmente, acredito que a gravidez precoce e sem planejamento acontece em boa parte das mulheres por falta de informação e prevenção, mas isso não quer dizer que não hajam as que têm filhos interessadas no dinheiro, afinal vivemos no Brasil.

Outro ponto a ser destacada é a posição da mulher na sociedade na pessoa da personagem Conceição. Mesmo com a pressão da família pelo seu casamento, sendo considerada “passada” pela idade, aparentemente, ela não deseja casar, permanecendo independente. Relembremos que o livro tem quase um século de publicação e atualmente ainda há uma pressão para a mulheres casarem por volta do vinte anos ou antes, enquanto por outro lado há mulheres que preferem ser independentes, tendo seu próprio trabalho e mesmo casando, não querem viver só para ser empregadas dos maridos.

Além disso, a obra ainda relata, ou denuncia, o favoritismo tão comum em cidades de interior quando o delegado só manda procurar o menino depois que reconhece que o pai é seu compadre, passando por uma expressão de racismo quando uma personagem acha uma falta de vergonha um branco se relacionar com uma negra.

Finalizando com duas questões políticas, sendo a primeira a falta de fiscalização dos recursos de auxílio do governo demonstrada no momento em que as passagens que deveriam ser cedidas a várias pessoas foram adquiridas por uma pessoa só, possivelmente de muito poder ou influência para agenciar meninos em outro estado, deixando as famílias realmente necessitadas sem o recurso. A outra questão se trata dos retirantes e demais pessoas necessitadas amontoadas em um local com as condições mínimas de sobrevivência, chegando a serem tratadas como animais, como é caso do nome da refeição que eles recebem chamada de ração.

Enfim, é um livro que apresenta várias temáticas interligadas e que ainda são todas atuais, por isso é necessário ler obras clássicas da nossa Literatura.

 

Vale a pena conferir.

Boa leitura!

sábado, 18 de julho de 2020

Leitura Já! O Mar de Monstros (Rick Riordan)

Semana 29 - O MAR DE MONSTROS (RICK RIORDAN)

Arquivo pessoal

Publicado em 2010, essa obra é o segundo volume da coleção Percy Jackson e os Olimpianos, narra as aventuras de Percy Jackson e seus amigos em busca do Velocino de Ouro, um artefato mágico que pode restaurar a barreira do acampamento.

A história tem algumas semelhanças com a Odisseia de Homero, quando os viajantes chegam à ilha de Polifemo, onde se encontra o Velocino, e cegam o gigante, como Odisseu fez, a passagem pela ilha de Circe e o ataque dos seres marinhos Cila e Caribdis no Mar de Monstros, mas com outro contexto. Há referências a Jasão e os argonautas em busca do Velocino de Ouro representado por Percy e seus amigos na busca pelo mesmo item na ilha de Polifemo onde também está Grover à procura do deus Pã.

No decorrer da narrativa, vários outros elementos da mitologia grega são apresentados com Tântalo, que foi castigado a não poder saciar sua sede e fome, pois ao se aproximar da água e dos alimentos eles se afastam, isso porque ele roubou os manjares do Olimpo e deu a carne de seu filho em um banquete.

E é justamente essa mistura de seres mitológicos com elementos contemporâneos que atrai os amantes da mitologia para as aventuras fantásticas apresentadas na obra.

 

Boa leitura!

sábado, 11 de julho de 2020

Leitura Já! A Droga da Obediência (Pedro Bandeira)

Semana 28 - A DROGA DA OBEDIÊNCIA (Pedro Bandeira)

Arquivo pessoal

Publicado em 1984, o primeiro livro da série Os Karas, conta a história de um grupo de cinco estudantes conhecidos como “Os Karas”, Miguel, Magrí, Crânio, Calú e Chumbinho, que enfrentam o sinistro Doutor Q.I. que pretende controlar a humanidade, aplicando na juventude uma perigosa droga.

No começo da história, relata-se o desaparecimento de alunos de diferentes escolas de São Paulo posta em uma reunião do grupo Os Karas, em que planejam resolver tal mistério e tentar impedir que também acontecesse o mesmo com os alunos do Colégio Elite, onde estudam.

No decorrer da trama, são expostos os testes feitos com uma droga que tem a capacidade de controlar os usuários, tornando-os sem vontade própria, com uma observação: são necessárias doses regulares para manter o usuário sob controle, caso contrário, o efeito acaba e o usuário desperta.

Com o intuito de controlar toda a humanidade, o doutor Q.I. desviou o objetivo focalizado pelo cientista desenvolvedor da fórmula e a testou em humanos, tendo o resultado esperado, porém seus planos foram destruídos pelos Karas, levando a polícia ao local do confinamento dos adolescentes e por fim a revelação da identidade verdadeira do doutor Q.I.

 

Ao me deparar com o mistério, percebi uma semelhança com as tramas da série de desenhos animados Scooby-Doo: suspeita de culpadas algumas vezes por causa de pistas erradas e vilão principal menos esperado.

Trazendo para a realidade, a tal droga da obediência poderia ser uma referência às drogas que privam os usuários de satisfazer suas vontades próprias, tornando-se vítimas delas.

É um livro curto e de leitura simples e rápida.

Vale a pena conferir.

Boa leitura!